sábado, 10 de outubro de 2009

A RELAÇÃO ENTRE O EU INTERIOR E A MENTE CÓSMICA UNIVERSAL

Utilizando uma linguagem simples, a relação que existe entre o Eu Interior e a Mente Cósmica Universal é aquela que existe entre a Parte e o Todo.

A Mente Cósmica Universal pode ser considerada como a energia que envolve tudo o que existe, mas para se manifestar necessita se expressar na forma de dois pólos, opostos e complementares. Nosso Eu Interior é uma expressão específica desta Mente Universal. Da mesma forma que nosso corpo é uma unidade integrada por partes individualmente diferentes (olhos, mãos, cabelos, pulmões, fígado, coração, etc.), a verdadeira natureza dos seres humanos é ser uma expressão daquela Inteligência Superior, apesar de sua variabilidade individual.

é claro que - como já foi explicado - o fato de que cada um de nós tenha sido criado "à imagem de Deus", como dizem os livros sagrados, entre eles a Bíblia, não significa que sejamos deuses (ou semideuses). Contudo, a possibilidade existe e alguns homens chegaram até lá. A raiz do assunto está colocada na evolução daquela "imagem". Se deixarmos a Mente Coletiva se apoderar de nosso interior e permanecer ali congelada como se fosse um mecanismo automático, é óbvio que aquela imagem divina foi quebrada. E isto é possível, porque o homem - justamente para que possa evoluir - dispõe de livre arbítrio.

Agora bem, este livre arbítrio não é absoluto; ele restringe-se a ser a ferramenta através da qual decidimos quais opções escolhemos para desenvolver nossa vida. Mas ele não pode se estender além de certos limites, definidos pelas características ecossistêmicas da Natureza, e da própria natureza humana, já que nos dois casos, elas são regidas pelas leis universais, criadas pela Mente Cósmica Universal.

O homem se transformou assim em prisioneiro de sua própria inexperiência, julgando-se bruxo e só sendo um aprendiz. Tentou dominar à Natureza e aos outros homens, porque foi incapaz de dominar a si mesmo, porque foi incapaz de perceber que, antes de se preocupar pelos resultados, teria que conhecer os princípios. Em outras palavras, o homem, devido a sua inexperiência, fez escolhas erradas usando seu livre arbítrio, e em conseqüência aqui estamos nesta situação crítica.

Em cada etapa histórica, o homem tentou um meio diferente para sair de encruzilhada, fracassando sempre. Nos últimos 300 anos apelou para a Ciência, obtendo através dela resultados impressionantes, alguns deles de natureza positiva, outros de natureza altamente negativa (bombas atômicas, napalm, propaganda subliminar, etc). A situação prevalecente quando já entramos no Terceiro Milênio é uma mistura sórdida de egoísmo, reducionismo e utilitarismo. Não é nenhuma novidade dizer que o homem moderno, contemporáneo dos aviões a jato, supercomputadores, mísseis e naves espaciais, está em crise, em profunda crise existencial e até o tecnocrático Clube de Roma clama por uma nova ética e uma nova atitude frente à vida, que permita salvar a ameaçada espécie humana (ameaçada por ela mesma).

Neste ponto é o momento de voltar ao princípio. é o momento de compreender que o homem feito "à imagem de Deus" afastou-se dela por ignoráncia, por inexperiência. Se isto é certo, também o será seu contrário. Portanto, se o ser humano agir com sabedoria, perspicácia e inteligência, poderá refazer sua imagem, abandonando a máscara atual e procurando sua verdadeira e autêntica natureza.

A verdadeira natureza do homem é o seu Eu Interior, que está dentro de cada um de nós, também conhecido como o Cristo Interno, pois é ele o "Filho bem-amado do Pai que está nos Céus" (a Mente Cósmica Universal, ou Deus).

Observação :

O autor não esta promovendo, com seus pontos de vista, nenhuma religião pois não pratica nenhuma delas, nem está querendo criar uma nova. Más é fato que O Criador do Universo paira acima de todas as crenças e as religiões humanas, pálidos vislumbres de sua grandiosidade.

A medida que o Eu Interior comece a ser restabelecido, paralelamente será consertada a avenida positiva que liga a Mente Consciente (Eu Exterior) com a Subconsciente, cujo prolongamento chega até o Eu Interior. Desta maneira, os ecos, as ordens e os automatismos gerados pela Mente Coletiva irão se apagando até fazê-la ficar totalmente desativada e transformada num estação abandonada. Então, pelas janelas de nosso espírito penetrará uma luz inicialmente tênue, mas cada vez mais potente. Esta luz será o anúncio da Pró-Vida, da nova sociedade, da sociedade que vamos construir e que terá muito amor, muita paz e muita beleza.

Então, e recapitulando brevemente: o homem perdeu na noite dos tempos sua capacidade intrínseca de estar em contato direto com a Mente Cósmica Universal. Esta perda não foi um fato fortuito ou arbitrário e sim uma conseqüência lógica da espiral evolutiva, pois era necessário reforçar um pólo de sua estrutura (a Matéria) para o qual foi necessário escurecer o outro (a Espiritualidade). O fato é que o ser humano ficou só, e temeroso frente a um mundo imenso e assustador. Por isso viu-se obrigado a considerar sua individualidade como o principal, como algo sagrado. Do mesmo modo, seu próprio desespero ante as trevas e o sentimento de asfixia que emanava destas, o conduziu a uma atividade permanente, através da qual tentou dominar a Natureza. Por outro lado, sua incompreensão frente às leis universais o levou a ideologias filosóficas e sócio-econômicas, de cunho inteiramente racionalista e materialista, assim como fundou religiões organizadas, cada uma das quais interpretava a sua maneira, muitas vezes interesseira, os ensinamentos dos Grandes Iluminados. Através destes esforços é que o homem pretendeu encontrar soluções para seu drama existencial.

Ou seja: o homem, através de sua evolução, tem tentado (e continua fazendo-o hoje em dia), mudar o mundo exterior porque ele obscuramente percebe que a Vida não é isso que estamos vivendo. Ele, de alguma forma - talvez lá no fundo de seu mundo subjetivo - percebe os maravilhosos ideais de paz, justiça e liberdade. Só que pretende atingi-los por uma via impossível : a mudança das condições exteriores, as que na verdade só conseguirão criar uma nova figura caleidoscópica, tão negativa como a anterior.

Na realidade, o homem percebe aqueles magníficos ideais através de um espessa capa de ambição, materialismo, medo e inveja. O só fato de que apesar de tudo, muitos seres humanos tem morrido por princípios, indica que eles realmente existem e têm alguma relação com a natureza humana mais profunda.

Se somos capazes de percebê-los como altamente desejáveis e de lutar com tenacidade por esses ideais, apesar da resistência poderosa e do combate desigual que somos obrigados a enfrentar, é porque no fundo de nossos corações aquela faísca que nos une ao mundo superior, à Mente Cósmica Universal, ainda está acesa.

Se o homem é capaz de morrer pelos ideais de liberdade, justiça e igualdade num mundo tingido pela exploração, pela injustiça e pelo ódio, é porque dentro de cada um de nós existe algo mais do que órgãos físicos e capacidade de raciocínio. E este algo mais que existe é uma "imagem de Deus".

Percebe-se - através das análises anteriores- que, apesar da pressão terrível da Mente Coletiva através do sistema de crenças, pensamentos e sentimentos que se tem congelado em nosso Super Ego, ficam em nosso coração fissuras por onde filtram-se imagens da Realidade (verdadeira e não da "realidade" que estamos vivendo). Estas fissuras são nossas cartas de triunfo, devendo começar o processo por elas, as aumentando ainda mais, todos e cada um dos dias, até abrir um canal por onde fluam nosso melhores sentimentos, rumo à harmonização cósmica com as leis naturais e com a própria Mente Cósmica Universal.

Alguns duvidarão. "O mundo é tão ruim!". " Não vejo como passar para uma vida maravilhosa e cheia de harmonia, fraternidade e liberdade. Bem que gostaria, mas isso é impossível".

Obviamente, não podemos esperar que o mundo mude por si só. A primeira tarefa é mudar a nós mesmos, porque se não passamos por esta fase, o mundo poderá ter mudado, até muito, mas não poderemos percebê-lo, porque em nossa compreensão ele continuará ruim, odioso e imprestável.

Vernon Howard nos dá uma magnifica resposta àquela questão: "Se você planta um bulbo de tulipa no meio de ervas daninhas, ainda assim ele crescerá e será uma tulipa". Do mesmo modo acrescentamos: se você semeia ervas daninhas num canteiro de tulipas, ainda assim elas crescerão e serão ervas daninhas.

A relação entre o Eu Interior e a Mente Cósmica Universal sempre existiu. Mas a Humanidade - escravizada pelo Super Ego - ignorou sua existência. Acontece a mesma coisa que com essas grandiosas cidades do passado, hoje enterradas e cobertas de vegetação. Ninguém suspeita de sua existência, mas elas estão lá, até que um certo dia algum intrépido estudioso as descubra e as oferece para todos. Do mato inútil surgem jóias de rara beleza, manuscritos que trazem novas informações para o mundo, estilos arquitetônicos deslumbrantes e desconhecidas técnicas na arte de forjar metais.

Do mesmo modo, deste mundo imprestável, cheio de ódio, angústia, medo e agressividade e através de um esforçado mas luminoso trabalho de compreensão interior, pode surgir o mundo de amanhã, tingido por uma aurora de paz, amor e fraternidade.

E o tempo se acaba. Não podemos deixar para depois. é agora. é o momento exato para dizer "basta" ao passado, por mais negativo que tenha sido.

Hoje é o dia glorioso em que podemos soltar as amarras da Mente Coletiva e pular por cima do Super Ego, para abraçar nosso Eu Interior, nosso autêntico Eu, nossa verdadeira identidade. Querer é poder e a união faz a força. Se estamos realmente decididos, quanto mais sejamos melhor, até chegar a ser suficientes para obter a vitória definitiva: transformar a Anti-Vida em Pró-Vida.

Quando compreendamos e sintamos dentro de nós, pulsar a Natureza e o Universo como uma Unidade; quando sintamos os demais seres humanos como irmãos; quando nossas ánsias pessoais forem secundárias em relação com as necessidades gerais; quando a vida seja mais importante que os lucros; quando o amor vença o ódio; quando a paz derrote a agressividade; quando a generosidade seja mais forte que a mesquinhez; quando a luz substitua as trevas; quando a harmonia substitua a desarmonia e o desajuste; quando a alegria faça fugir a tristeza; quando a saúde destrone a doença; quando a confiança se antecipe ao medo. Quando tudo isto aconteça, não só estaremos transitando pelo caminho certo, senão que já estaremos em plena construção da nova sociedade: a Pró-Vida.

Mais informação ver o site www.educacaoparaavida.com.br

Autor:

José A. Bonilla

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